O produtor francês Didier Chopin, 56 anos, foi condenado a 18 meses de prisão, além de 30 meses de pena suspensa, por fraude envolvendo a vinificação e comercialização de milhares de garrafas de champanhe falsificado. O caso foi julgado pelo tribunal de Reims, principal cidade da região de Champagne.

Segundo o jornal francês "Le Monde", e de acordo com a investigação, "Chopin utilizava vinhos oriundos da Espanha e do sul da França, aos quais adicionava aromas e gás carbónico, vendendo-os como se fossem legítimos champanhes – cuja denominação de origem é rigidamente protegida pela legislação francesa".

Além da prisão, o produtor foi proibido de administrar a empresa e de actuar na indústria do champanhe durante cinco anos. A sua mulher, também envolvida no negócio, foi-lhe atribuída pena suspensa de dois anos pelos mesmos crimes. Ambos foram multados em €100 mil cada, e a holding familiar, SAS Chopin, em €300 mil, pelas acusações de apropriação indevida e desvio de ativos.

A fraude, estimada em milhões de euros, levou o tribunal a condenar Chopin a indemnizar as associações de produtores e comerciantes de Champanhe, bem como compradores lesados. O Ministério Público descreveu o esquema como “cínico e premeditado”.

O caso ainda não está encerrado. A Justiça vai julgar em fevereiro as acusações relacionadas a violações aduaneiras, envolvendo exportação do produto falsificado. Paralelamente, Chopin também responde a outro processo, após ser acusado de agressão sexual por cinco ex-funcionários.

Durante o julgamento, o produtor reconheceu sua situação: “Cometi um erro, estou arruinado e não tenho mais nada a acrescentar.”